
Num dia normal de escola para Clara (irmã mais velha) e Leonor (irmã mais nova), esperavam a chegada da mãe, à porta do colégio. Não era normal a mãe demorar tanto tempo, e qual não é o seu espanto quando vêm que não é a mãe que as vem buscar, mas sim o pai. Era de facto um acontecimento estranho, pois devido à separação dos pais o pai nunca as ia buscar, viam o pai apenas ao fim de semana. No caminho até casa do pai, recebem a triste notícia que a mãe tinha morrido.
Viveram algum tempo em casa do pai, mas como este, após o divórcio tinha constituído família, e o espaço em casa não era muito, decidiu que as filhas deveriam ir viver com a sua avó materna em Coimbra, numa casa antiga de família.
A adaptação das irmãs foi muito diferente. Clara não gostou muito da ideia de ter de deixar a sua família, os seus amigos, a sua escola, a sua casa. Já Leonor não teve grandes problemas em adaptar-se, talvez por ser mais nova, e não ter bem a noção do que se passava no momento. Apesar disso, Leonor sentia muito a falta da mãe. Clara, como irmã mais velha sentiu que deviria proteger e fazer um pouco o papel da mãe, porque naquele momento era a única pessoa com quem Leonor tinha completo à vontade. Clara, ao perceber o sofrimento da sua irmã, todas as manhãs, depois das difíceis noites para Leonor, a irmã mais velha dizia que tinha sonhado com a sua mãe, e que ela lhe tinha deixado um recado. Clara foi vivendo na ilusão que a mãe continuava protegendo-a e aconselhando-a através dos sonhos, e os dias dela na quinta da avó, nas férias de verão foram passando rapidamente e normalmente, pois de dia, as manhãs e as tarde com a irmã eram bastante divertidas, e à noite, foi-se habituando a ideia que a mãe não iria voltar.
Desde cedo que as duas irmãs acompanhavam a avó nas suas idas a igreja, e esta achava de grande importância as irmãs frequentarem-na. Mais tarde a avó inscreveu as duas irmãs num colégio de freiras, colégio que, a mãe das duas irmãs também tinha frequentado.
Os anos foram passando, a vida das duas irmãs foi correndo normalmente.
Certo dia, Clara informou a avó e a irmã que queria ser missionária. A reacção da sua irmã foi negativa, pois achava que a frequência do colégio tinha sido influência para tal escolha.
O livro dá-nos a ideia de que Leonor ficou a viver na quinta da avó e a restaurou como sempre sonhou.
Sobre Clara vimos a descobrir que veio poucas vezes a Portugal depois de ter estado em Moçambique, tendo vindo apenas ao seu país natal, para o baptizado da sua sobrinha e afilhada, e mais tarde ao casamento da mesma.
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